Dia do Orgulho LGBT - 44 anos de Stonewall

No dia 28 de junho de 1969, cansados da repressão protagonizada pela polícia do estado de Nova Iorque, gays, lésbicas, travestis e todos(as) aqueles(as) que frequentavam um bar chamado Stonewall Inn resolveram não mais se calar diante de tanta violência e iniciaram uma grande rebelião. Eles(as) enfrentaram a polícia com pedras e garrafas como armas de defesa do movimento, tomaram as ruas e prolongaram o embate físico por quatro dias de intensas batalhas, armando barricadas e resistindo à violência do Estado.
Um ano depois, mais de 10 mil homossexuais e transgêneros marcharam pela cidade comemorando o primeiro aniversário da rebelião de Stonewall e reafirmando sua capacidade de organização e de vontade para lutar por seus direitos. A partir de então, o dia 28 de junho passou a ser o dia do Orgulho LGBT e o exemplo foi seguido em diversos países. Nesse dia, a população LGBT afirma sua história de resistência e combate ao preconceito.
Com o passar dos anos vimos esse movimento se expandir, conquistar direitos e barrar leis como as que tentavam demitir professores homossexuais, definir a homossexualidade enquanto doença e vetar o direito ao casamento. No entanto, também vimos esse movimento perder força ao perder seu caráter combativo e se transformar nas atuais paradas gays, carnavalizadas pelo atual regime mercantil, que promove marcas e boates e avança no processo de institucionalização e mercantilização dos direitos LGBT, apagando o caráter combativo de Stonewall.
Visto isto, é necessário retomar certos pontos estruturais para a promoção de uma igualdade cuja luta marca hoje 44 anos. Os retrocessos que estão presentes em nossa realidade mostram que o preconceito não só ainda se mantém presente, mas também influencia diretamente nas instâncias decisórias de políticas públicas, acarretando em projetos que visam “tratar” a homossexualidade, e engessar as identidades trans em um caráter patológico.
O resgate histórico se torna premente para reconhecer nossa realidade atual e realizar a transformação social necessária para garantir o direito de todos(as) a livre expressão e vivência plena de suas sexualidades.
A atuação do Centro de Referência em Direitos Humanos – UNIFESP B.S. está diretamente comprometida com esta demanda, promovendo formações e debates que visam a desconstrução de preconceitos e dos padrões heteronormativos, e construindo propostas para a elaboração de políticas públicas.

 
* Texto construído a partir das informações encontradas em: http://www.dce.ufrj.br/40_anos_de_Stonewall.pdf  Acessado em 28/06/2013
** Foto de Pablo Mardones

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